Um encontro inesperado que fez sentido
Eu conheci o Hassan* durante o mês em que morei com uma família local — uma experiência bem difícil, mas que acabou abrindo portas e uma delas me deixou “ouvindo vozes”. A lojinha dele ficava no meu caminho para casa, e, nas idas e vindas, comecei a cumprimentá-lo. Nas últimas semanas hospedado lá eu comecei a parar para conversar com ele todos os dias. O idioma era uma mistura de inglês e língua local, mas a simpatia dele era clara desde o primeiro “oi”.
O empurrão divino em um domingo sem ânimo: “Ouvindo vozes”
Já instalado em um novo apartamento, certo domingo eu estava deitado, sem vontade de fazer nada (isso também acontece com missionários!). Mas por três vezes ouvi uma voz insistente dizendo: Vai lá ver o Hassam*! Então na terceira vez que ouvi a voz, cedi. Porque imaginei que poderia ser Deus querendo fazer algo. Enquanto descia para pegar a moto, ouvi novamente a mesma voz me dizendo para levar uma pizza e um refrigerante também. Pensei: “Pronto, virei ifood!”. Mas, obedeci.
Achei que estava ouvindo vozes: ainda bem que obedeci
Cheguei, perguntei como ele estava. Ele disse que estava bem, mas seus olhos disseram o contrário. Fui direto:
– Brother, eu estava no meu quarto e senti que deveria vir aqui e te trazer uma pizza e um refri. Bora comer junto?
Ele quase chorou. Ao longo da conversa perguntei como estava o comercio e ele me respondeu: – Não tá indo bem, e eu acho que Deus te enviou aqui hoje, porque eu não teria o que jantar. Então oramos ali mesmo pela lojinha e a vida dele.
Conversas espirituais que fazem diferença
Desde então, quase todo dia passo lá. Hassan* notou que, nos dias em que oro com ele, as vendas aumentam. Quando sua irmã sofreu um acidente, fui o primeiro em quem pensou para pedir oração, e graças a Deus, ela se recuperou.
Falamos sobre quem é Jesus, Abraão, pecado e salvação pela graça. E também sobre como Ele nos ama e cuida da gente. E por isso mesmo, disse que o que eu faço por ele não é nada, em comparação ao que Cristo fez por mim na cruz do Calvário.
Perguntei se ele já tinha visto uma Bíblia. E ele respondeu que não. Então tirei a minha da mochila e coloquei na mão dele para que pudesse ver.
– Eu posso tocar? Eu não lavei a mão.
– Fica em paz, pode tocar sim. Deus não se importa como você está por fora. Se você permitir Ele pode te purificar por dentro e por fora.
Depois fiz uma piada: – Cara, Deus te vê no banheiro, não vai ser a sua mão sem lavar que vai escandalizar Deus. Ele sorriu, pegou o livro em que ele acredita e a conversa sobre a veracidade das Escrituras fluiu naturalmente a partir daí.
Próximos passos e como você pode ajudar
Dias depois, Hassan falou em baixar a Bíblia no celular. Não sei se já fez o download, mas peço suas orações para que ele tenha um encontro real com o Salvador. Se Deus quiser usar minha amizade para isso, amém!
José Coletto* é missionário de curto prazo no Projeto Maghreb desde março de 2025.
* Nomes fictícios por questões de segurança.