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Equador e Camboja, missionária com menina cambojana no colo sorrindo.

Equador e Camboja

Seguir o chamado de Deus para um lugar distante é sempre um convite à transformação. Logo que cheguei ao Camboja, reparei em detalhes que lembravam a Amazônia do Equador: vegetação exuberante, clima quente e úmido, bananeiras carregadas nos mercados. Essas semelhanças entre Equador e Camboja me tranquilizaram e alimentaram a expectativa de que a adaptação seria simples. Com o tempo, porém, descobri que viver em um campo missionário transcultural traz muito mais surpresas do que aparenta à primeira vista.

Choque Cultural com o Idioma Khmer

Sabia que aprender idioma khmer seria um grande desafio, mas a realidade superou qualquer previsão. Nas primeiras aulas, meu cérebro buscava sons familiares — sem sucesso. O khmer possui consoantes aspiradas e tons sutis que não existem em português ou espanhol. Para demonstrar respeito, há nove pronomes diferentes apenas para dizer “você”, variando conforme a idade da pessoa com quem você está falando. Aos poucos, com oração e prática diária, cada frase se torna mais clara e a cultura khmer ganha vida em minhas conversas.

O Trânsito das Motos no Dia a Dia

Aqui, motos são praticamente uma extensão do corpo. Crianças de oito anos pilotam sozinhas a caminho da escola, e não é raro ver três ou quatro pessoas na mesma moto. Até mesmo nas praças é possível ver crianças de 3 ou 4 anos praticando com motos de brinquedo em alta velocidade. Fascina-me a harmonia das ruas: não existem semáforos nem placas onde moro, mas todos parecem seguir um código invisível que evita acidentes.

Hospitalidade Cambojana

Poucos dias após a chegada, eu já era recebida com “hello, teacher!” e mãos erguidas para um high-five. No mercado, desconhecidos dividem frutas comigo; na praça, crianças oferecem biscoitos. Essa hospitalidade revela o valor que a comunidade local dá à partilha e confirma a importância de missionários adventistas cultivarem relacionamentos genuínos.

Novos Sabores e Temperos

Muitas frutas e hortaliças me lembram o Equador, mas já provei variedades únicas, de sabor indescritível. Os temperos diferentes conquistaram meu paladar com facilidade, mas a pimenta continua sendo prova de fogo — literalmente! Quando alguém diz “não é picante”, preparo-me para sentir a boca arder. Ainda assim, experimentar novos pratos reforça meu compromisso de mergulhar nessa cultura.

Meu Primeiro Mês

Este primeiro mês de experiência missionária no Camboja expandiu meus horizontes em todos os sentidos. Cada adaptação — seja linguística, gastronômica ou social — revela mais do caráter de Deus e das pessoas a quem Ele ama. Confio que Ele continuará guiando meu aprendizado e me capacitando a servir com alegria.

Doménica Thur de Koos é missionário de curto prazo no Projeto Pnong desde março de 2025.

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