Um soldado nunca deve ir para a batalha despreparado. É importante ser treinado, possuir estratégia, controle emocional, armadura, escudo, espada e saber exatamente quem é o seu inimigo. Mas como lutar quando o soldado está diante de um inimigo invisível?
O acampamento
Eu morava na montanha de Emrang e um acampamento de desbravadores aconteceria na montanha de Kamantian. Então deveria caminhar em uma trilha por duas horas para participar desse evento. O acampamento começou na quarta-feira, 17 de abril, e eu era conselheira de uma unidade com oito meninas. Elas também vinham de diferentes montanhas.
Os desafios em servir além mar são vários, inclusive aprender uma nova língua, no meu caso, o Palawano. Portanto, tive ajuda para ser conselheira dessa unidade. Durante o acampamento acompanhei a unidade em diversas atividades como fogueiras, desafios, cozinhar apenas o que encontrar na natureza (comemos muita banana verde) e aprendizados espirituais. Acordávamos às cinco horas para culto e as atividades eram finalizadas apenas à noite. Foram dias intensos.
Um inimigo invisível ataca
Durante o sábado tudo estava ocorrendo bem. Após o culto percebi que uma desbravadora da minha unidade estava na clínica sozinha. Então deixei as outras meninas com outra líder e fui acompanhá-la. Ela apenas dizia não estar bem e logo parou de me responder. Eu fiquei muito preocupada. Conforme o tempo passava ela só piorava, e começou a ficar com as mãos e o corpo rígido.
Comecei a perguntar as outras pessoas o que estava acontecendo e logo percebi que não era uma doença física, se tratava de um ataque espiritual. Me disseram que a menina já teve episódios similares antes e sua família é envolvida com feitiçaria e outros rituais. Isso é comum nas montanhas do Palawan.
A poderosa arma da oração
A menina foi levada para uma casa e começamos a orar. Enquanto eu orava em português, as pessoas oravam em Palawano. Ela estava completamente rígida, com muita força nos punhos e derramando lágrimas. Era uma batalha na mente dela e ninguém podia ver. Olhando aquela cena, chorei, pensando: Deus ama essa menina e sente seu sofrimento. Senhor, no poderoso nome de Jesus liberte essa menina dessa batalha em sua mente.
Continuamos orando muito, e depois de algum tempo ela se acalmou e dormiu. Depois de quarenta minutos, acordou com muita dor de cabeça e no corpo, cansada e com fome. Imediatamente a alimentei e permaneci com ela durante todo aquele dia. Por isso o campo missionário estremece você de todas as formas. Ver o inimigo dominar uma juvenil amada por Deus, me faz ter a certeza do meu chamado para ser missionária. Porque eu posso experimentar a força que vem do alto e desejo que o povo Palawano experimente essa força para libertar-se das correntes invisíveis que os prendem.
Inegavelmente só é possível vencer o inimigo se revestindo de toda a armadura de Deus.
Pois a nossa luta não é contra pessoas, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais. Efésios 6:12
Patrícia Santos é missionária de curto prazo no Projeto Palawan desde março de 2024.